quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Onde se ganha o pão não se come a carne.

Cheguei naquele bar e meus olhos foram diretamente ao encontro daquele homem moreno, cabelos largados e olhos castanhos. Eu não conseguia tirar o olhar dele, eu não tinha poder sobre meus olhos. Pensei em uma forma de chegar para conversar com ele, mas recuei quando uma bonita loira de aproximadamente 30 anos encostou ao seu lado. Minha curiosidade ficou ainda mais aguçada, seria sua namorada ou amiga. E meus olhos insistiam em procurar por aquele homem, era mais forte que eu, e eu, já nem disfarcei nada. Depois de algum tempo ele percebeu meu fascínio, e digamos que por capricho ou vontade, ele também começou a me olhar, raramente desviando o olhar. Peguei minha Pint e fui em sua direção, depois da moça loira se ausentar. O cumprimentei, me apresentei e trocamos palavras sobre bares, cervejarias e viagens, o que indiscutivelmente, adoro. Descobri que moramos na mesma época em São Paulo, mesmo fazendo muitos anos, eu lembrava muito bem do lugar, do prédio, do apartamento e dos bares da vizinhança. E o legal era que ele frequentava os mesmos que eu, ou seja, mesma cidade, mesmos bares e bairros vizinhos, porém, depois de 15 anos que fui conhecê-lo na capital gaúcha. Sua conversa era agradável, mas não o achei que estava me dando bola, apenas sendo gentil com alguém que recém conhecera, mesmo assim, fui deixando a conversa fluir e tornou-se um papo super agradável. Depois de muitas pints, o negócio começou a esquentar, e o que antes parecia algo nada promissor se tornou um carona até minha casa. Gentilmente ele se convidou para entrar, educadamente eu recusei, usando a desculpa verdadeira que teria que acordar cedo no outro dia, pois estava voltando de férias. Ele não se contentou, insistiu, mas eu resisti. Dei o número do meu telefone e combinamos de sair no outro dia. Naquela noite, eu não dormi, fiquei ansiosa e pensando porque deixar para amanhã o que poderia fazer hoje, enfim, agora já era tarde. Pontualmente ele chegara a minha casa no horário combinado e como um cavalheiro nato, abriu a porta do carro e surpreendentemente havia um buque de rosas vermelhas no meu banco, o que achei muito fofo, há muito, não recebia flores. Fiquei maravilhada. Junto a isso, me deu duas opções de restaurante, poderia escolher o que mais me agradava. A noite foi espetacular, aquele moreno do bar, além de lindo, educado, gentil, era também um cavalheiro nato e muito perspicaz, sabia como tratar uma mulher e fazê-la se sentir ainda mais especial. Do restaurante, ele me levou para sua casa, e sem pestanejar me entreguei aquele homem de pele macia, sorriso fácil e geração anos 70. Nada muito fugaz, mas eu consegui sentir seu coração palpitando indescritivelmente e sua língua rolando na minha pele tentando aguçar meu desejo e me matando de prazer. Foi um sexo calmo, mas profundo, daqueles que a alma faz parte e o coração bate mais forte. Nem tudo na vida é carne e desafio, né, a calmaria também faz parte de uma boa navegação. Eu falara isso para mim, na tentativa de acreditar que eu poderia estar mudando e que chega de confusões, arrepios, puxões, etecetera e tal, agora poderia ser uma coisa mais amena. Realmente eu pensei e quis muito acreditar nisso. Dos lençóis brancos de sua cama, fui para minha casa, era muito cedo para esperar pelo o café da manhã, preferia amanhecer nos meus lençóis coloridos mesmo. Mesmo assim combinamos de nos encontrar no dia posterior novamente... e eu... ainda empolgada com esse flerte. Não demorara e fui trabalhar e como acabara de voltar de férias, muitas coisas deram andamento na minha ausência e ainda bem que aparentemente tudo estava em ordem. Normalmente fizemos uma reunião no início dos turnos para alinharmos as expectativas do dia entre outros comunicados, porém, mal sabia eu, que o comunicado maior, seria o início de um novo colaborador, quando meus olhos traíram minha direção, quase enfartei, pois o tal do colaborador novo, era o moreno, o qual eu acabara de sair da sua cama. Se eu disfarcei? Mesmo que eu quisesse...minha cara fala o que minha boca cala, mas uma coisa é certa: “Onde se ganha o pão não se come a carne!” Ixi, eu comi!

6 comentários:

Anônimo disse...

Demais! Minha escritora favorita 😻

Anônimo disse...

Ameeei

Anônimo disse...

Adorei!!!!

Anônimo disse...

Texto Maravilhoso, ixi eu comi foi ótimo kkkkkk

Anônimo disse...

Adoro ler suas Crônicas. Beijão querida.

Rogério disse...

Como sempre,perfeita!