O cara mais cretino da minha vida.
Sim, eu voltei, depois de anos, retomei meu lugar ao Cerrado e a primeira coisa foi reencontrar os “antigos” amores, bem como também, a primeira decepção, já que quase todos se encontravam em estado matrimonial.
Nessas idas, reencontrei um super Crush. Até hoje não tive coragem de perguntar qual seu estado civil, como ele não disse, eu também não perguntei, nem falei o meu, muito menos, que vim para ficar em definitivo. Assim, ficou entendido que ninguém precisaria falar nada, embora a conseqüência pudesse ser ou não uma surpresa.
Essa “cretino” apelido carinhoso dado por mim no passado, já me fez passar muita raiva, já jurei nunca mais procurá-lo, já fiz promessa para santo Expedito e já deixei Santo Antônio de cabeça pra baixo, mas não adiantou, tive que pagar todas minhas não cumpridas promessas. Parece que ele tem um imã, que mesmo depois de sete anos não perdeu seu magnetismo.
O primeiro reencontro foi no nosso Pub preferido, entre um chope e outro, foram escorregando as palavras, os olhares, as mãos... já dava para perceber que a pegada seria boa. Mesmo depois de todos esses anos, ainda lembrávamos muito bem dos nossos “lugares preferidos” e assim, como dois adolescentes na flor dos hormônios, iniciamos os jogos. Ele continuava gostoso e muito “generoso”. Parecia que eu o beijava como na primeira vez, com a mesma intenção malandra de dar continuidade àquela boca.
Tudo perfeito e com gostinho de quero mais. Juras de amor feitas, promessas exageradas, gemidos prazerosos, frio constante na barriga e um preenchimento do vazio da minha aversão a compromissos. Tudo perfeito e romântico... se não fosse um whats às três da manhã enquanto ele foi ao banheiro, que eu “sem querer” vi a tela piscar: “Amor, onde você está para eu ir te encontrar, cheguei antes do combinado, estou morrendo de saudades...”
Eu tinha duas opções, ou daria o endereço do motel ou... fui embora, peguei um UBER e a passar pelo Eixo Monumental, pedi para o motorista parar e entreguei uma trouxa de roupas para um mendigo que estava ali. Nunca vivenciara um mendigo tão bem vestido, trajado com, um lindo terno de linho bege, olha que eu até pegaria, não fosse justamente o terno, que resolvi levar comigo quando deixei aquele quarto de Motel que dividira minutos antes com o cara mais cretino da minha vida.
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