O cara do Bate Papo
Bem, eu conheci um cara no bate papo. O mundo virtual me proporcionou a conhecer alguém que eu não conhecia, mas que já conheço, sim, conheço virtualmente, e é assim que conheço. Eu já conheci pessoas assim. Algumas. De fato, algumas péssimas, mas algumas legais também, e mesmo assim, mesmo sendo queridas, interessantes e prazerosas no bom sentido, não continuei a alimentá-las no meu ciclo de amizades, nem pessoal, nem virtual. Simplesmente passaram.
O conheci. A primeira frase proliferada a mim, foi ...” você sabe quem eu sou, obviamente...”, obviamente respondi que não fazia a menor ideia de quem ele era, não sei se fui grossa, sincera demais ou demasiadamente indiferente, mas o cara meu deu papo e continuamos a conversar. Mesmo ele me falando quem era, de onde era e o que fazia, continuei não sabendo desconhecendo a pessoa.
Eu gostei de escutar sua voz, era uma voz calma, engraçada e cheia de charme. Eu dava corda e ele retribuía. Por um momento, no primeiro dia, fique com vontade de conhece-lo, mas como ele não falou nada, nem cogitei a hipótese. Trocamos algumas mensagens e nada mais.
No segundo dia, eu absorta na minha demasiada difícil leitura, fui apanhada pelo toque do celular o que desandei um bom tempo trocando mínimas informações. Sei que ele mora sozinho, mora no interior de São Paulo e tem um cachorro, um Pit Bull (medo), teve várias conquistas na vida, e hoje está no ápice da careira profissional, sei que viajou por vários cantos do mundo e continua viajando, descobri que sempre que está por casa, muda os móveis de lugar porque não gosta da mesmice, sei que ele faz academia todos os dias, (nãos sei se porque gosta ou porque precisa, porque todo mundo já sabe que eu odeio, né), descobri que seu assunto preferido é esporte, descobri também que já namorou uma publicitária que inclusive tem um blog, e descobri, além de tudo isso, que hoje , ele tem uma namorada.
Me perdi nos meus pensamentos ansiosos. Travei na hora. Bem capaz que fosse conhece-lo. Tive muita vontade e vários convites, pensei, pensei, pensei e não aceitei. Onde a carne é fraca, não devemos dar margem ao acaso.
É melhor não subestimar o consciente. Tem horas que não há razão que dê jeito nem desejos que possam ser contidos.
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