Adorável bunda
Ela levou outro fora, um pé na bunda bem dado pelo segundo cara que ela tinha dado uma chance. Ele não falou o porquê. Ele não explicou tal decisão, só disse que não queria mais vê-la. Ela aceitou. Obedeceu sem entender.
Esse romance era antigo. Ela só aceitou voltar a ficar com ele porque o descendente da Germânia estava mais enrolado que fio de nylon de anzol em dia ventoso. Queria e não queria. Ora se declarava e ela era o amor da sua vida, ora, sequer lembrava de sua existência. E olha que ela não é de fazer docinho, se quer ela vai lá e assume a bronca.
Acontece que ele estava devagar quase parando e foi quando, retornou da Zona Sul de Porto Alegre, seu antigo peguete, que do nada, chegou, fez o convite e dois dias depois já dividam o colchão de um motel 4 estrelas. Ele era super mão aberta, pedia o melhor quarto, espumante, guloseimas e fazia com que ela se sentisse uma rainha. Fazia de tudo para seu bem estar e bel prazer. Ele a levava nas alturas até que se certificasse que ela tivesse orgasmos múltiplos ...
Nem mesmo seu problema no joelho (depois de uma queda de frente, temendo machucar seu maior bem – a bunda) foi empecilho ou dificuldade em fazer algumas peripécias, mas não foi suficientemente denominador para que não tentasse outras posições e digamos de passagem, com muito êxito, então, nesse caso, mesmo com o joelho danificado, a bunda continuava intacta e razão da obsessão daquele guri.
Ele era fascinado pela sua bunda, o que sejamos francos, não é uma bunda comum, é uma super bunda, fora do padrão, além de avantajada tem muito tecido para apertar. Era fofa, redonda e grande, o que aquele guri (talvez por ter a desvantagem de parecer não ter bunda) parece que queria compensar sua falta na sobressalência da bunda dela. Certa vez ela me contou que ele parava, ficava olhando seu bumbum sem dizer uma palavra e depois vinha acariciando, lambendo e beijando levemente até os toques agilizarem, seus dedos ficarem mais ousados e sua língua mais certeira. Era nítido e óbvio que ele era apaixonado, mas era pela sua bunda.
Os encontros continuaram acontecendo por um algum tempo, porém, depois começou a ficar estranho, pois ele a chamava para sair e ela toda sedenta por um sexo feroz, enquanto ele teimava em querer ficar olhando para sua bunda. Pedia que ela fizesse algumas posições e ficava concentrado olhando extasiado. Se ao menos desenhasse, apalpasse, esfregasse, mas ficava ali, viajando em pensamentos e concentradíssimos em sua bunda. Várias noites em motéis e vairas análises “da bunda”, mas análises essas, sem citações, sintonia ou qualquer tipo de toque, apenas fascínio gerado pelos olhos.
Enquanto ela queria que pelo menos ele usasse esse pedaço de seu corpo tão apreciado por ele, ele insistia em ficar parado, olhando e comendo apenas com os olhos.
Esses rituais começaram a ficar cansativos para ela. Ela já não era uma menina, ela era chama pura, tesão a flor da pele, chaleira efervescente, ela queria matar sua vontade, indiferente do tamanho da bunda ou do pinto dele. Ela só queria que ele exercesse sua função de macho alfa dentre quatro paredes.
Mas...
Mesmo assim, com todo esse tesão pela bunda dela, ele resolveu deixá-la, não quis mais vê-la. Disse não fazer mais sentido...
Ahhh?
Ela só queria matar suas vontades, mas ele parecia estar em uma redoma aficionado pela sua traseira, e além disso, ele quis acabar com aqueles encontros?
Ela levou um pé na bunda do maior apreciador da sua exuberância.
Então pergunto, coragem ou covardia? Era algum tipo de medo, de dependência que tentou se livrar ou era coragem para deixar o que mais o enlouquecia para voltar a ter relações de fato, mesmo que com outras mulheres.
Enfim, não sei, mas soube que esses dias ele lhe enviou mensagem, perguntando se poderia vê-la naquela segunda feira...Disse não poder viver longe da sua adorável “bunda”.
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