Passado

Já não o via há mais de cinco anos. Não tinha nem ideia de como ele estaria, mas lembrando dos bons momentos, aceitei e fui vê-lo, mesmo porque disse-me que tinha acabado seu relacionamento. Imediatamente, estava mais corado e mais loiro que o normal. O que ainda mantinha a irradiação da sua beleza fugaz. Eu não sei o que ele tinha, mas o poder que emanava dos seus olhos sobre mim, me arrepiava da ponta dos pés à cabeça. E sim, ele estava lindo! Como alguém com uma camiseta branca e uma calça jeans pode transcender tamanha elegância? Assim que me viu, levantou-se e veio em minha direção, e como de praxe, beijou-me o canto da boca, e ali, ali mesmo, no meio do restaurante já senti o que a noite me reservaria. Ele é encantador, de uma gentileza e masculinidade inquestionáveis. Daqueles que puxam a cadeira, levam flores, elogiam, se bem que, para certas pessoas, isso tudo só tem um objetivo, mas o passado está no passado, não é mesmo? Contou-me sobre seu trabalho, o que fez durante esses anos, sobre seu filho, que estava bem fisicamente e psicologicamente. Disse-me também que sentia muita saudade de mim, que eu teria sido, a mulher mais inteligente que conhecera, (sim, mais inteligente, mas não foi minha inteligência que ele escolheu transar todas as noites da sua vida durante seu casamento), mas como disse, o passado, está no passado, não é mesmo? Por mais que eu quisesse ou tentasse, eu nunca consegui esquecer as noites que passamos juntos, das loucuras que vivíamos, da prontidão do agora, sempre pronto para tudo, mas também não esqueci dos seus sumiços, das suas desculpas e dos seus perdidos. Sim, sumiço, perdidos, lá em outras na época, mas...como já falei...foi lá atrás...passado... Tomamos meu vinho preferido depois dele me perguntar se ainda era o mesmo, jantamos rapidamente e decidimos sair dali. Entre sugestões (dele) estava minha casa e algum motel; entre as minhas sugestões, não existia outra possibilidade que não fosse a sua casa. Ele relutou. E relutou e desculpou-se muito, dizendo que sua casa estava suja, que gostaria de um lugar diferente, que eu não me sentiria bem na bagunça, enfim, desculpas não faltaram, mas eu categórica e certeira, mantive minha palavra, só vou se for para sua casa. E então, ele veio com mais uma desculpa: “sabe o que é, meu amigo está lá em casa, levou uma menina para lá, liberei o apartamento, mas eu não queria te contar, para você não pensar... já que você é amiga da sua esposa...”. Aff!!! Depois de muito relutar, assenti em ir para um motel. A noite foi esplendorosa. Sua mãe subindo nas minhas pernas depois te ter tirado meu calçado, deslizando entre minhas coxas, apertando minhas partes íntimas, escorrendo sua língua na minha boca, me virando, me contorcendo e beijando meu pescoço...era exatamente o que eu sentira com ele anos atrás, ele ainda estava mais perfeito, mais gostoso e mais safado. Me senti viva e retesada. Retribui com o que ele mais gostava, com movimentos circulares pressionados, atritando seu órgão a minha pele, depois, descendo minha boca e mordiscando seus testículos com lambidas circulares e úmidas refestelando-se sobre sua genitália. Ele entrou em êxtase. Depois do delicioso remembre, ele me levou para casa, perguntou se gostaria que subisse, e eu disse que não precisava, nos beijamos e entrei no prédio. Assim que ele saiu, chamei um carro de aplicativo e fui para meu verdadeiro endereço, pois ali naquele prédio morava minha amiga. Cheguei em casa, banhei-me e fui deitar ao lado do homem mais inteligente que eu conhecia. Afinal, a gente tem que aprender alguma coisa com o passado, não é mesmo?

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