O que seria?
Minha amiga fez a maior propaganda dele. São amigos de infância, mas sequer ele reconheceu sua foto. Chamei-o por mensagem e rudemente ele respondeu, o que seria?
Achei um absurdo, deselegante e falta de tato. Ele não poderia ser aquele cara que minha amiga tanto falou, enfim, ignorei, mas não entendi porque não deletei aquele número.
Passados dois meses e surpreendentemente recebo uma mensagem e diferente dele, fui extremamente educada e “fofa” o que é raro, mas, de forma alguma, esqueci que há algum tempo, ele havia me ignorado.
Não demorou muito e combinamos uma saidinha que era só para gente falar sobre coisas de Vacaria, porém, essa saidinha rendeu uma dormida de conchinha.
Nem o lingerie tinha sido escolhido, mas eu não resisti à tentação daquelas mãos fortes, daquele sorriso icônico e daquele olhar me perguntando várias coisas, mas que preferiram o silêncio e o encaixe da boca, talvez, não se importasse com as respostas...
Além do beijo ser intenso e eu escutar algumas reclamações de mordidas exacerbadas, ele tinha um olhar sobre mim, de uma perspicácia, de um cuidado, foi o primeiro homem que reparou nas minhas sobrancelhas e enquanto ele ia falando, sua mão deslizava sobre minhas calças e aos poucos me fazendo exercitar e perder os sentidos do controle do meu corpo, abrindo meu zíper e encontrando minha calcinha úmida.
Suas mãos deslizavam de uma forma que era impossível manter o controle de que tanto me orgulho, elas exerciam um poder sobre mim que logo deixei de resistir e me entreguei aquele cara, amigo da minha amiga que certo dia me ignorou.
Ele sabia exatamente como beijar meu pescoço e arder de arrepios minhas pernas. Ele soube encaixar seu corpo de uma forma que o meu pensasse ser somente um. Ele disse que se não tivesse gostado não estaria ali, eu não disse a mesma coisa, eu apenas sentia o quanto eu desejara ter aquele homem em mim, sob mim e além de mim.
Ele me virou do avesso e adormeci sob seu másculo e forte braço, fazendo de mim, uma criatura contraditória, mas sempre verdadeira.
Acordamos do jeito que eu gosto, me beijou a boca, me serviu saliva, mordeu meu pescoço, arranhou minhas costas e aos poucos, lentamente, encaixou seu sexo no meu. E meio dormindo e muito excitante, meio acordado e muito prazeroso, balançamos no encaixe das pernas, sucumbimos o prazer exalando nos poros e, pela primeira vez, entendi que os prazeres da carne não podem vir somente da carne, mas também da alma, ela que respira e transpira o desejo ardente dos poros, é ela que emana vibrações desejosas entre duas peles, é a alma a junção dos perfumes trocados nessa troca de energias.
Ele abusou de mim e foi o melhor abuso da vida dos últimos tempos.
Ele me fez mulher, mas não a dele, pois no outro dia, empolgada mandei mensagem toda feliz, agradecendo a dormida de conchinha, falando de suas mãos maravilhosas, do seu beijo no meu pescoço, dos suspiros arrancados da minha garganta, e prontamente ele respondeu com uma foto de uma mulher loira, “o que seria?”
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