Intimação
Era uma quinta feira, final de tarde, e sou avisada que dois moços queriam falar comigo. Eram policiais e eu estava sendo intimada a entregar algumas imagens de um suposto meliante. Tudo bem, né, sempre ficamos curiosos quando acontece algo assim, pois não deixamos de fazer parte da cena criminal em um caso como esse. Sim, fui educada e fiquei com o contato de um deles para que pudesse ligar quando as imagens estivessem prontas.
O engraçado é que quando dei um oi confirmando o número recém cadastrado, já recebeo uma resposta gentil e uma figurinha com olhos de coração. Ok, o policial estava sendo "querido". Dias depois, envio uma mensagem falando que as imagens estavam prontas e para meu espanto, ele resolve me testar e sem muito acreditar ou lembrar do seu rosto, dei corda e o papo desenrolou. Conversamos muito e chegamos ao consenso de que um chocolate e um vinho seria o pagamento pela entrega das imagens (sim, eu estava corrompendo a polícia), porém, havia uma esperança por parte dele que dividíssemos o vinho (até então só dele mesmo). Mesmo assim, resolvi pagar para ver, entrei na onda e sucumbi as suas lindas e provocadoras palavras.
Literalmente cai no papo da polícia, ele tinha uns olhos encantadores, e suas escritas e dizeres geravam em mim um desejo de ir além, reafirmando aquela antiga história, de que os homens se apaixonam pelo que vêem e as mulheres pelo que escutam. Eu já sabia disso, mesmo assim, quis continuar a escutar...
O local marcado foi um bar próximo de casa, ele chega com sua potente Harley e descobrimos coincidências sobre nós dois, como a paixão por viajar, o bom gosto pelos vinhos e admiraçaõ pela decoração. Foi uma grata surpresa, como ele mesmo disse, e depois disso não demorou para que eu o convidasse para tomar um Porta 6 na minha casa.
Até então, ele estava bem contido e eu me deliciava em olhar seus olhos e imaginar se realmente ele havia trazido as algemas que prometera...
Bastou fechar a porta de casa, me agarrou pelo cabelo e me puxou para perto do seu peitoril, beijou-me como se o mundo fosse acabar, tocou meu corpo como se eu não tivesse vivido até aquele momento, só o toque já me dava tanto prazer que fazia que eu o guiasse por onde meu desejo pulsava. Ele me dominou e ditou ordens que jamais ousaria descumprir... O encaixe da boca e o encaixe do prazer, aguçaram minha insaciável vontade. Eu queria mais e mais e mais, era o beijo perfeito, sem pudor, sem regra e aquelas mãos fortes, ora me acariciavam, ora me batiam, ora meu desejo explodia. Me deliciei em seu corpo e me lambuzei na sua boca, fiz meio amor com a batida perfeita. Eu me deliciava do seu sexo e me saciava em suas entranhas, enquanto ele se contorcia, meus olhos cruzavam com seus e eu não continha meu deleite sob seu prazer erupto.
Ah, se soubesse o quanto vivaz e pulsante eras, teria no mesmo dia, eu enviado a figurinha de coração...Os arrepios causados no meu corpo ainda pulsam sob minha pele latejante, a lembrança tua boca passeando na minha, insiste em continuar te desejando, ah, e tuas mãos puxando meus cabelos, instigam meu lado selvagem e incansável.
O dia amanheceu, e sim, fui a primeira a enviar mensagem com sorriso ainda no canto da boca. Ele respondeu gentilmente como sempre e fez questão de falar que o encaixe foi perfeito.
Mas...depois, ele sumiu. Nunca mais enviou mensagem. Nunca mais o vi. Nunca mais tive notícias. Sim, por alguns dias continuei a desejá-lo até entender que, Definitivamente, caí no papo da polícia.
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