Um encontro a seis

Para a dúvida existir, há uma grande possibilidade de se querer duas, três coisas ao mesmo tempo. Obviamente. No meu caso, eu queria beijar três bocas, dar uns amassos em três “músculos” e dormir agarradinha com três ex, o ex de mil novecentos e bolinha, o ex de oito anos atrás e um outro peguete do tempo de faculdade. Simples assim. Claro que todos super dispostos a rever-me como qualquer macho alfa, nunca querem perder uma nova chance, mesmo que já esteja beijando, amassando ou dormindo com outro alguém. Eu queria todos, todos para mim, nem precisava ser no mesmo dia, mas queria todos... Mas quando a gente cresce e amadurece, percebe que todas as nossas escolhas sofrem conseqüências, e dois deles, os mais “desejados”, a conseqüência, caso eu os beijasse, seria fodástica, já que estavam matrimonialmente envolvidos. Mas não resisti. Eu queria ver até onde eu iria, porque eles eu já sabia, iriam até minha cama e depois voltariam para a cama deles. Sim, fato. A cada troca de mensagem algo aflorava dentro de mim, talvez carência, talvez a não aceitação da perda ou simplesmente o auto-desafio de ter novamente o que não se pode mais. Resisti até onde pude, mas acabei aceitando, marquei um encontro com os três.Nem sei qual o mais eufórico. Marquei o local. Combinei o horário e fui para produção. Para cada um, coloquei aquilo que mais apreciava em mim, um decote arrebatador, um batom vermelho e as pernas a mostra. Nenhum iria resistir. Eu mesma não me resistiria. As oito chegou o primeiro, por ordem de tempo não visto, ruivo, já sem cabelos (façanha dos anos), sorriso maroto, não tão bonito quanto antes, mas o mesmo galanteador, beijou o canto da minha boca e sentou-se a minha frente. Meu coração foi à boca e voltou, meu DEUS, como eu amei esse guri! Quinze minutos depois, chegou o outro, o mais lindo, ainda mais lindo com a passar dos anos, educado, gentil, mas além de casado, já tinha filhos. Fiz questão de deixá-lo à vontade e pedi que confiasse e mim. As oito e trinta chegou o terceiro, verdade, o que eu menos desejara, mas único “possível”. Eles não estavam entendendo nada, e o segundo estava a se levantar quando olhei para a porta e vi duas mulheres chegando, imediatamente, percebi que eram as esposas de ambos. O lugar que escolhi foi estratégico. Os dois me olharam, e o terceiro sequer compreendeu. Fiz que apresentassem suas esposas a mim pessoalmente, já que por telefone eu havia me apresentado e dissera a elas que seria uma honra conhecer as esposas de dois grandes amigos da juventude. Já que eles nunca tinham tempo de nos apresentar, resolvi promover o encontro. Senti uma nuvem de ódio sobre mim, mas disfarçaram bem. Sentamos os seis e falamos sobre as festas da faculdade, os professores, os namoros, e então descubro que não fui exclusividade para nenhum deles, pois já “ficavam” com as duas minhas melhores amigas momentâneas. Desmascarados. Envergonhados. E com medo, mas, muito medo mesmo, sequer conseguiam fixar o olhar no meu. Receosos que eu abrisse minha boca, mudaram de assunto rapidinho. Mas o terceiro, fez questão de dizer que ficar com outras meninas foi fundamentarl para descobrir o quanto eu era a menina que ele queria. Teve sim, outras mulheres, mas nunca perdeu a esperança de que um dia eu voltasse. O menos desejado e mais feinho, naquele momento tornou o meu mais fervoroso macho alfa. E quanto minhas recentes novas amigas, combinamos um café, na casa de uma delas, a que tem filho, o que é bom, quanto mais próxima, maior a vergonha na cara e aumento da falta de coragem.

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