O flerte dos olhos
Eu não resisti aqueles olhos. E nem resistiria. Era sobrenatural, magico, polido e fugaz. Eu tentei fugir, no início, fugi todos os minutos em que meus olhos flertavam os dele, fugi todos os segundos, quando sem querer eles cruzavam os meus, novamente.
Cai. Despedacei minha alma e vulneralizei meu coração.
Tudo nebuloso, foi chegando de mansinho, entre abraços, sorrisos e gentilezas, foi nascendo uma explosão vulcânica de desejos.
Explodiu!
Ela, o destino nos ensaiou para fora de casa e oportunou o primeiro beijo. Mesmo com holofotes e muito rápido, foi tempo suficiente para querer mais. Mas o tempo esperava alguém.
O outro, mais perigoso e mais aguçado, incendiou ainda mais as minhas vontades, sob a luz amarelada da grande Luna, sobre a água ímpia e profunda da Conceição.
O trânsito apurado e atrasado de uma outra vez, permitiu-me alguns minutos êxtase e meus lábios saciaram-se sobre os seus, em frente a única linha de acesso à Mágica Ilha.
E por último, o beijo demorado, lânguido, abafado e escondido entre o silêncio da Vila e o palpitar da vontade e o medo da descoberta.
Todos, em todos caminhos cruzados, nos olhares trocados, iniciou-se a perdição. Os olhos não deviam existir. Os olhos tão astutos, tão capazes, tão audazes, mas também, tão vítimas.
Os meus flertes despencaram em um abismo tão profundo que ainda estou tentando encontrar os estilhaços do que se rompeu na minha alma.
Comentários
histórias. Então, para não
te perder de vista, vou seguir
este blog, a ti e os contos
que os dois me permitem ler.
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