A LOIRA DO ASFALTO

Olá, depois de algum tempo volto com novidades. Realmente andei sumida, pois o lançamento do livro me deixou bem atarefada e agora, de férias, consigo retomar “essas histórias de TRINTA”. Bom, mas antes mesmo de começar o texto, quero agradecer a todos que foram até o Carpe Diem, foi um luxo, me emocionei bastante, pois foi muito melhor que eu esperava. Muito obrigada a todos.

O caso de hoje é sobre a loira do asfalto, parece sim coisa de cinema, mas aconteceu, e meu primo foi o protagonista dessa história. Por volta das cinco da matina, já um tanto embriagado, sem saber ao certo qual caminho percorrer, numa torrencial chuvoso, o pneu do seu carro resolveu dar-lhe um susto, e esvazia subitamente, ou seja, resolveu ser um pneu furado.

A mistura alcoólica não permitia que ele sequer entendesse o que estava acontecendo, mas conseguiu encostar o carro e desligar o motor. E até hoje ele continua tentando entender. Lá fora, a chuva era muito forte e, diga-se de passagem, muito gelada também, típica do friozinho rio-grandense.

Ele, mais pra lá do que pra cá, abriu a porta e foi tentar resolver o assunto, mas não conseguia abrir o porta malas para pegar o estepe, quando de repente, viu uns faróis ofuscarem a chuva e sair de dentro um belo par de pernas sobre um salto quinze num verniz avermelhado. Mal ele se equilibrava, mesmo assim, não deixou de reparar a beleza daquela pele branca e o charme daqueles cabelos esvoaçantes sob efeito do vento que insistia em se fazer presente. Era uma mulher, uma bela mulher. Dirigiu-se em sua direção, abriu o porta malas, pegou o macaco, pegou o estepe, ajoelhou-se em frente ao pneu danificado, arrumou o macaco e trocou o pneu. Foi muito ágil. Rápida e habilidosa. Ela era ainda mais linda sob a luz do poste da avenida.

Meu primo estupefato, não conseguia nem se mover, ficou parado, imóvel, só observando.

Quando ela terminou, olhou-o e disse “... Pronto, agora vai para casa com cuidado...” ele a fitou, e no momento que conseguiu raciocinar, foi em sua direção e pediu seu telefone que foi prontamente respondido por um não, e amenizado com um não precisa se preocupar, agora você já está a salvo.

Ele queria lhe agradecer, quando não estivesse tão fora de controle. Ela não quis.

Na verdade, ele ainda continua pensando sobre isso, ainda resta um pingo de dúvida, isso aconteceu ou foi sonho, disse nunca ter visto nada igual, tanto a beleza da mulher quanto sua habilidade, até chegou a pensar que ela fosse fantasma...Fantasma ou não, uma coisa é certa, ele estava dirigindo embriagado naquela noite, naquela avenida e sim, seu pneu furou, e a prova foram as três multas que chegaram daquela data e seu estepe vazio dentro do seu porta malas.

Parece coisa de cinema, mesmo assim me disse que não gostaria de repetir, vai que a beleza daquela mulher não fosse tão humana assim.

Comentários

RX154283 disse…
Não tinha pensado neste lado fantasmagórico, mas pode ser uma hipótese. Quem explica? Rs
Aline disse…
I N A C R E D I T A V E L !!!!
I M P O S S I V E L!!!!!
Uma gata... trocando pneu... de salto... na chuva... hahahahahha
Esse teu primo teve um sonho...
Anônimo disse…
Eu gostei muito deste post, porque ainda que real foi muito bem construído e bem escrito, é como se eu estivesse dentro da cena, no local exato em que o fato ocorreu.

É realmente um doce prazer ler seus textos.

Parabéns!

SU

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