O MOTOQUEIRO
Passei o final de semana olhando para o celular. Ele não tocou. Nenhuma mensagem, nenhum e-mail, nenhum toque, onde estará o meu bem? Não sei, cada dia parece apontar num Continente diferente, sem nunca deixar possibilidades de um possível contato da pele. Eu sei, é o seu trabalho, mas não quero ter o trabalho de esperar para sempre, quero o agora, de carne e osso e se possível de alma.
Ele me cobra sinais de vida diários, mas sumiu nesses dois dias, eu até poderia ligar, mas não, dei todos os indícios de que estaria aqui esperando por sua chegada.
Até parece amigas, claro que não desgrudei do celular, mas não foi só para esperar uma chamada que teria como resposta, um desculpa na ponta da língua, mas para esperar a ligação do motoqueiro que conheci nessa viagem inusitada.
Paramos num posto e estavam ali, várias motos enfileiradas, esperando seus donos para a arrancada, quando de repente, um olhar moreno de cabelos longos e três tatuagens que se misturavam naquele braço musculoso, enroscou seu olhar com o meu e veio em minha direção. Estado de choque foi pouco, fiquei mais branca que farinha de trigo, gaguejei , mas consegui ser gentil e delicada com aquele homem um tanto quanto egocêntrico.
Chamou-me para uma cerveja, disse que não, mas um café eu toparia. Entre risos e gargalhadas, olhares indiscretos e palavras sussurradas, acabei aceitando a carona que havia me oferecido, enquanto isso, meu carro seria conduzido por minha companheira de viagem. Foi uma viagem super emocionante, a adrenalina e meus batimentos cardíacos, nunca estiveram tão acelerados, nunca, nunca havia sentido essa sensação de liberdade e felicidade misturada ao medo de sair voando asfalto a fora.
Ele era incrível, por trás daquele corpo tatuado escondia-se um homem sensível e tremendamente apaixonante, explicou-me tudo sobre Constelações , sobre duas rodas, campeonatos, sobre a cidade (era a primeira vez que eu estivera ali), música...eu realmente estava encantada. Meu coração desarmou-se de todas as possibilidades de dar o fora naquele homem. Eu gostei dele. Passamos a noite juntos, muito mais carinho que sexo, descobri uma pessoa que quer casar, constituir família e morar para sempre naquele lugar.
Opa! Espera aí, não isso não estava no script, casamento? Morar naquele matagal? Filhos? Acho que está na minha hora. Fugi. Coisas rápidas e profundas, não estou processando muito bem nesses últimos tempos. Gostei dele sim, mas precisava falar isso? O cara nem me conhece, já quer compromisso! Deixei um bilhetinho com meu número e desapareci por entre aquelas ruas.
Até agora não me ligou. Acho que nem vai ligar. Eu também não ligaria. Mas o pior é que nem meu bem deu sinal de fumaça, será que ele desconfiou? Bom, se ele não ligou, está na minha hora... “Oi meu bem, nossa quanta saudade senti de você nesses dias, pensei que estivesse me esquecido...”. Ops, recebi uma mensagem, é dele, do motoqueiro, se desculpando porque dormira demais. Pois é amiga, melhor assim, garantir a metade do que esperar o acaso, mas se por acaso o acaso aparecer, não o deixe ao acaso, mostre as suas opções e desejos, como talvez, desenhar todas aquelas tatuagens sobre teu corpo.
Ele me cobra sinais de vida diários, mas sumiu nesses dois dias, eu até poderia ligar, mas não, dei todos os indícios de que estaria aqui esperando por sua chegada.
Até parece amigas, claro que não desgrudei do celular, mas não foi só para esperar uma chamada que teria como resposta, um desculpa na ponta da língua, mas para esperar a ligação do motoqueiro que conheci nessa viagem inusitada.
Paramos num posto e estavam ali, várias motos enfileiradas, esperando seus donos para a arrancada, quando de repente, um olhar moreno de cabelos longos e três tatuagens que se misturavam naquele braço musculoso, enroscou seu olhar com o meu e veio em minha direção. Estado de choque foi pouco, fiquei mais branca que farinha de trigo, gaguejei , mas consegui ser gentil e delicada com aquele homem um tanto quanto egocêntrico.
Chamou-me para uma cerveja, disse que não, mas um café eu toparia. Entre risos e gargalhadas, olhares indiscretos e palavras sussurradas, acabei aceitando a carona que havia me oferecido, enquanto isso, meu carro seria conduzido por minha companheira de viagem. Foi uma viagem super emocionante, a adrenalina e meus batimentos cardíacos, nunca estiveram tão acelerados, nunca, nunca havia sentido essa sensação de liberdade e felicidade misturada ao medo de sair voando asfalto a fora.
Ele era incrível, por trás daquele corpo tatuado escondia-se um homem sensível e tremendamente apaixonante, explicou-me tudo sobre Constelações , sobre duas rodas, campeonatos, sobre a cidade (era a primeira vez que eu estivera ali), música...eu realmente estava encantada. Meu coração desarmou-se de todas as possibilidades de dar o fora naquele homem. Eu gostei dele. Passamos a noite juntos, muito mais carinho que sexo, descobri uma pessoa que quer casar, constituir família e morar para sempre naquele lugar.
Opa! Espera aí, não isso não estava no script, casamento? Morar naquele matagal? Filhos? Acho que está na minha hora. Fugi. Coisas rápidas e profundas, não estou processando muito bem nesses últimos tempos. Gostei dele sim, mas precisava falar isso? O cara nem me conhece, já quer compromisso! Deixei um bilhetinho com meu número e desapareci por entre aquelas ruas.
Até agora não me ligou. Acho que nem vai ligar. Eu também não ligaria. Mas o pior é que nem meu bem deu sinal de fumaça, será que ele desconfiou? Bom, se ele não ligou, está na minha hora... “Oi meu bem, nossa quanta saudade senti de você nesses dias, pensei que estivesse me esquecido...”. Ops, recebi uma mensagem, é dele, do motoqueiro, se desculpando porque dormira demais. Pois é amiga, melhor assim, garantir a metade do que esperar o acaso, mas se por acaso o acaso aparecer, não o deixe ao acaso, mostre as suas opções e desejos, como talvez, desenhar todas aquelas tatuagens sobre teu corpo.
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