ENTRE DOIS

Eu queria beijar, mas não podia. Essas coisas só acontecem comigo, vocês acreditam que de novo, eu estava entre o passado e o presente? Implorei para minha amiga não ir embora, mas não teve jeito, resultado: eu, entre o novo paquera e o antigo amor.

Gente, parece coisa de novela, mas sempre me meto nessas confusões, além do par de gatos ao meu lado, ainda tinha outro me ligando desesperadamente do outro lado do mundo, mas o pior de tudo, é que em vez de eu curtir, me senti mal, parecia que estava maltratando alguém. Bobagem, nada que um gole a mais me faça sentir remorso.

Que vão todos para o inferno, dizer que não queria nenhum é mentira, mas poxa, quantas vezes passamos por essas situações e elegantemente, fazemos de conta que nada aconteceu, então não me sinto culpada ao ser agarrada por dois, cada um de um lado entre os braços e abraços, e ainda mais, na bolsa pequena, um celular vibrando. Tinha que aproveitar mesmo, e aproveitei!!! Ah como aproveitei, nossa que beijo gostoso, que mãos pegajosas, que divertido era ele.. Não, não era o antigo, era o presente, o que havia acabado de conhecer, até que no início eu tentei não ceder, mas não teve jeito, além dele ser um garoto internacional, ele era extremamente brincalhão e simpático. Diverti-me horrores.

Mas hoje, ao acordar, percebi a realidade, o novo virou velho e já se foi, enquanto o antigo continua antigo, porém bravo, muito bravo...e eu continuo só, nem o do outro lado do mundo quer saber de mim, pois eu achando que tava podendo, resolvi provocar e aí brigamos; ele me acha “estranha”, (porque não atendo aos seus telefonemas no meio da balada), eu o acho um chato, porque vive me dando desculpas.

Resumindo, ontem eu tinha dois ao vivo e um platônico; hoje nenhum... Então, lembrei-me de uma frase que li certa vez, tudo o que é demais, é sobra, e sobra acaba indo para o lixo, pois não tem serventia. Hoje me sinto assim, depois de inflar achado que estava podend, acabei explodindo, e toda essa sobra foi para o lixo, e eu voltei a não ter ninguém., pois o excesso era tanto, que nada sobrou.

Triste? De jeito nenhum, prefiro a perda dos três do que perder o momento de rirmos juntas.