O BONITÃO

Quase morri do coração, quando olho escada acima, quem vejo… O bonitão! Nossa, havia comentado que trabalhava lá, mas nunca imaginei que fosse aparecer. Era mais bonito que o normal, mais sarcástico que de costume e mais real que o imaginário.
Claro que meu coração bateu a mil quando o vi, porque o rosto, indiscutivelmente era dele, mas depois foi acalmando, e entre uma brincadeira e outra, percebi que ele existia e era de carne e osso. Feliz e ao mesmo tempo nostálgica, porque ali, no meu local de trabalho, não poderia agarrá-lo, beijá-lo ou qualquer outra coisa fora das rotinas habituais do meu dia a dia.
Então, fico pensado, que errada é a vida que nos mostra o doce, mas não deixa degustá-lo, que nos dá vontade, mas sequer podemos tocar, como uma mercadoria na vitrine, que nos mostra o caminho, mas coloca um monte de pedras como obstáculos. É isso mesmo! Mas tudo bem, ainda pego esse guri de jeito, deixa ele ficar me provocando, mas depois que sentir o poder dos meus lábios não vai mais querer apenas aparecer de supetão e sim apreciar o doce do meu corpo.
Odeio essa sensação de incapacidade, ter ali pertinho, mas não poder fazer nada alem do que padrões institucionais nos permitem, mas sei que se não estivesse ali, tão incapaz, teria mostrado do que sou capaz, e ele jamais sairia de perto de mim, até claro, onde eu permitisse, porque tanto amor desse jeito, nunca me é duradouro. Enjôo fácil e isso já falei para vocês, mas o poder da conquista me instiga até os últimos fios de cabelo, e não aceito um não, antes de mostrar meu lado sim.
É bonitão, você está mexendo comigo, não demora, porque da conquista pode passar para obstinação, e depois, um adeus para sempre. Não me faça esperar muito, apenas o tempo certo, e quem sabe, tu possa ficar mais, além do tempo que suponho controlar. Mas por favor, não me faça mais perder tempo.