PERSEVERANÇA

Ela queria que eu ficasse com o cara, o cara super a fim dela, mas não teve jeito, sobrou para mim, ela não queria, ela é minha amiga, então, fiz. Oh cara chato,pensei que depois dessa eu passaria direto pelas portas de São Pedro, sequer purgatório ou uma visitinha no inferno.
Tudo começou com a farofada, galinha na tigela coberta com farinha de mandioca, uma delícia, ainda mais comer na praia sob um sol de quarenta graus, pensando que está nos campos floridos de Riviera francesa, como se fosse um pic-nic no meio dos azuis florais de um infinito mais azul ainda. Estávamos lá, fartos e esturricados ao sol degustando a “galinhada” e claro, os maravilhosos cachorros quentes do meu amigo, quando o “ser” chegou e achou que havia sido convidado.
Gente, tenho tantos defeitos, sou chata, egoísta, egocêntrica, ansiosa, temperamental, impulsiva e por aí vai, mas tenho senso, tenho cifragol, como que o cara não entendia? Nossa, e olha que não fui indireta não, fui super direta, mesmo assim, ele achava que eu estava brincando, como que uma gaúcha linda, (eu no caso), poderia falar coisas daquele tipo. E olha que eu acabava com ele. Quem me conhece sabe.
Ele chegou por causa da minha amiga e ficou por minha causa. Ofereci uma coxinha e ele queria logo duas, as minhas obviamente. Mandei-o para o inferno várias vezes, e várias vezes ele não foi. Desisti! Venceu-me pelo cansaço. Não dei mais trela, mas ele não largava do meu pé. Ia ao banheiro, ele ia junto, ia para o mar, ele ia atrás, comia qualquer coisa, ele comia também, então, resolvi acabar com ele, aluguei um jegue (de óculos de sol e boné, um típico esportista nativo cearense), e fui montar, quando vejo, lá estava “a cruz” montada num jegue pardo, amigas, não acreditei..., como faria para me livrar dessa coisa, então pensei em demonstrar meus dotes cavalherísticos, galopar como há anos fazia muito bem. Foi o meu fim e para delírio do “ser”, foi ele quem me socorreu. Esqueci que entre um jegue e um cavalo existe uma diferença enorme.
Atravanquei na frente dele, galopando rapidamente sobre as idas e vindas das águas marinhas, me achando a menina de quinze, enquanto os trinta já me pertencem há alguns anos, até que de repente, meu montado, assusta-se com algo qualquer e me joga para longe, onde cai, e arrebentei o tornozelo, com direito a duas semanas de gesso intenso.
Agora amigas, me perguntem, quem foi me visitar todos os dias na casa do meu amigo, onde eu estava hospedada? Juro, que nem meu amigo, dono da casa, eu via tanto quanto ele. Ele foi a pessoa mais desocupada que eu conheci e a mais prestativa também, eu pensava em algo e o algo aparecia assim, como um pelo, repentinamente.
Outro dia estava falando com meu primo, e ele me disse que sem perseverança não se consegue nada, eu concordo, porque o “ser” hoje é quem tem acordado do meu lado todas as manhãs e eu nem estou engessada, muito menos feito tigelas de farofa.É assim mesmo.

Comentários

fernando disse…
Debora,
Ficção ou vida real? Não importa, o relato gera curiosidade.
Talvez valesse dar algum sinal de interesse por parte da garota, algum indício que, sem entregar o desfecho, pudesse reforçá-lo. Afinal, algum interesse devia haver desde o início...
Abraço,
Fernando Marques.
Patrícia Moraes disse…
nossa que babado kkkkkkkk, pq é sempre assim, gostamos de quem não gosta da gente, coitadinho do "ser" kkkkkkkk.
Marcilio disse…
1º Achei a FACE O PIC NIC .
Pobre do "ser"! mendigando por algo, mas quem nunca fez o mesmo? bobeira… no final agente sempre ganha algo.
estarei por perto e
sempre serei o seu "SER" mas sem farofa, pq é a CARA. kkkkkkkk
bjus te amo.

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